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quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26155: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (2)


Foto 11 > Olossato > Abril de 1970 > Furriéis: João Moreira, Carvalho e Carreira
 

Foto 12 > Olossato > Abril de 1970 > João Moreira junto ao bar dos soldados, que tinha um nome sugestivo.
 

Foto 13 > Olossato > Abril de 1970
 

Foto 14 > Olossato > Abril de 1970 > João Moreira. Entrada para o meu hotel (dos furriéis do 4.º GCOMB
 

Foto 15 > Bissorã, onde fomos buscar e fazer segurança à coluna de reabastecimento ao Olossato > Abril de 1970 > Soldado Roque, Furriel Ramalho, sentados no Unimog e furriel João Moreira, em pé.
 

Foto 16 > Olossato > Abril de 1970 > João Moreira
 

Foto 17 > Olossato > Abril de 1970 > João Moreira


Foto 18 > Olossato > Abril de 1970 > João Moreira em frente da secretaria da CCAV 2721
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Nota do editor

Vd. primeiro post da série de 7 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26123: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (1)

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26123: Álbum fotográfico de João Moreira (ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 - Olossato e Nhacra, 1970/72) (1)


Foto 1 > Guião da CCAV 2721 (miniatura)


Foto 2 > Guião da CCAV 2721


Foto 3 > Braçal da CCAV 2721


Foto 4 > Emblema da CCAV 2721 (Usado na boina)
 

Foto 5 > Medalha Comemorativa das Campanhas (Fita)


Foto 6 > Brá > 12 de Abril de 1970.
1.ª Fila (de joelhos) - Furriel Moreira; Cabos Brito, Nunes, Lopes, Rodrigues, Anselmo; Milícia Costa Pereira e Furriel Justino.
2.ª Fila - Roque, Cunha, Rafael, Cerqueira, Caetano, Salvador e Dias.
3.ª Fila (em pé) - Furriel Ramalho, soldados. Marques, Sousa, Albano, Martins, Belejo, Barata, Correia, Henriques, Duarte, Simões e Alferes Silva.


Foto 7 > Olossato > Abril de 1970 > João Moreira


Foto 8 > Olossato > Abril de 1970 > João Moreira junto ao Bar dos Soldados, batizado como Turra Bar pelos antecessores da CCAV 2721


Foto 9 > Olossato > Abril de 1970 > João Moreira
Foto 10 > Olossato > Abril de 1970 > João Moreira

(continua)
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Nota do editor

ùltimo post de João Moreira de 22 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25869: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (57): Ataque ao Destacamento do Dugal em 09 de Junho de 1971

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Guiné 61/74 - P25869: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (57): Ataque ao Destacamento do Dugal em 09 de Junho de 1971

1. Mensagem do nosso camarada João Moreira, ex-Fur Mil Cav da CCAV 2721 (Olossato e Nhacra, 1970/72), com data de 19 de Agosto de 2024:

Boa noite Carlos e Luís
Este é o meu último "post" sobre a história da minha Companhia (CCAV 2721).

É natural que com o passar do tempo me lembre de mais "estórias" passadas na Guiné. Quando isso acontecer enviar-vos-ei para analisarem e publicarem, se acharem que vale a pena.
Entretanto, informo-vos que trouxe várias peças de artesanato (madeira e missanga).
Se entenderem que tem interesse para publicação digam, para mandar as fotos, mas só daqui a algum tempo, porque tenho as próximas semanas destinadas a outro "trabalho".

Com os meus desejos de saúde para vós e vossas famílias, um abraço.
João Moreira


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"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


ATAQUE AO DESTACAMENTO DO DUGAL EM 09 DE JUNHO DE 1971

Na noite de 09 de Junho de 1971 o PAIGC atacou os quartéis desde Mansoa até Nhacra, para fixar as nossas tropas nos quartéis e desencadear um ataque a Bissau com os foguetões da rampa de lançamento que tinha instalado em CUMERÉ.

No ataque que foi feito ao nosso destacamento do Dugal, tivemos vários mortos e feridos.

Morreu o nosso soldado Sebastião do 1.º Grupo de Combate, que estava colocado neste destacamento e foi vítima dos estilhaços de um engenho explosivo.
Também morreram 1 furriel miliciano e vários soldados, pertencentes ao pelotão de morteiros que estava sediado em NHACRA e tinha uma secção em DUGAL.1

Foram vítimas da explosão de uma granada de morteiro que rebentou dentro do nosso espaldão de morteiro.

Constou que a granada de morteiro era "nossa" - foi enviada de outro destacamento nosso com direcção errada.

Após os ataques, os quartéis desta zona foram reforçados e passaram a noite em patrulhamentos


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Nota do editor:

[1] - De acordo com o Livro 2 - Guiné - Mortos em Campanha, da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974), neste ataque ao Destacamento do Dugal no dia 9 de Junho de 1971, faleceram: um Furriel e um Soldado  de Armas Pesadas do Pel Mort 2174 e um Soldado At da CCAV 2721. 

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Nota do editor

Último post da série de 15 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25844: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (56): Partida do Olossato para Nhacra em 09 de Junho de 1971 e ataque a Nhacra mal chegados

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Guiné 61/74 - P25844: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (56): Partida do Olossato para Nhacra em 09 de Junho de 1971 e ataque a Nhacra mal chegados



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


PARTIDA DO OLOSSATO E ATAQUE A NHACRA - 09 DE JUNHO DE 1971

1971/JUNHO/09 - ATAQUE A NHACRA

Partida do resto da Companhia do Olossato para Nhacra (2.º grupo de combate, 4.º grupo de combate e resto do comando e dos serviços).

Durante o trajeto entre Bissorã e Mansoa uma viatura da coluna "avariou"? por duas vezes.
Como eu era o graduado mais próximo desta viatura, comuniquei ao capitão que mandou parar a coluna.
Pouco tempo depois a viatura voltou a trabalhar e a coluna prosseguiu.

Perto de Mansoa a mesma viatura voltou a "avariar"?.

Após pedir ao capitão para parar a coluna, dirigi-me ao condutor e disse-lhe que estava quase a escurecer e não podíamos ficar ali parados. Desta forma só tinha duas alternativas:
1) - Ou punha a viatura a trabalhar e seguia com a coluna ou
2) - Ficava lá sozinho, porque a coluna tinha de prosseguir.

Dei sinal ao capitão para a coluna avançar, e passados poucos minutos a tal viatura já seguia na coluna.
Trajecto entre o Olossato e Nhacra com escala em Bissorã e Mansoa
Infografia: © Luís Graça & Camaradas da Guiné

Chegados a Mansoa tomamos a estrada asfaltada que liga Bissau a Mansabá.
Poucos minutos depois a "viatura avariada" ultrapassou a coluna em grande velocidade e nunca mais ninguém a viu.

Deduzo que este condutor tinha "instruções" para retardar a nossa chegada a Nhacra, porque os nossos quartéis entre Mansoa e Nhacra foram todos ou quase todos atacados ao mesmo tempo que Bissau foi atacada com foguetões 122 mm, lançados do Cumeré.

Chegados a Nhacra fomos instalar os soldados no edifício que estava em construção, para instalar o posto emissor da Emissora Oficial da Guiné, que ficava ao lado do nosso quartel.
Depois fomos para o quartel para descarregar a nossa bagagem e instalarmo-nos nos quartos que reservaram para os furriéis.
Com a viatura parada junto aos nossos quartos e alguns furriéis em cima, a tirar a nossa bagagem, e os outros no chão a recebê-la e arrumá-la para depois nos instalarmos.

Nesta altura começaram a passar balas tracejantes, do lado do Cumeré para a estrada Bissau/Mansoa.
Pela trajetória das balas parecia que vinham dum edifício do quartel e nós, os furriéis da CCAV 2721 a pensar que era alguma brincadeira do pessoal que íamos render dizíamos:
- "Ide brincar com o car(v)alho"...
- "dos tiros vimos nós"...
- "Estamos fartos da guerra"...
- Etc...

Passado pouco tempo rebentou uma rocketada numa das árvores que tinha ao lado das instalações militares.
Nessa altura percebemos que não era brincadeira.

Era mesmo um ataque.

Perguntamos aos "velhinhos", que estavam connosco, onde eram as valas ou qualquer local onde nos pudéssemos proteger.
Como responderam que não havia valas nem locais protegidos, meti-me debaixo da viatura, do lado de dentro da roda de trás. Passados alguns segundos, estavam lá todos os furriéis, nossos e da companhia que íamos render.

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Nota do editor

Último post da série de 8 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25820: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (55): 5.º ataque do PAIGC ao Quartel do Olossato ao anoitecer do dia 07 de Abril de 1971

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Guiné 61/74 - P25820: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (55): 5.º ataque do PAIGC ao Quartel do Olossato ao anoitecer do dia 07 de Abril de 1971



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


5.º ATAQUE DO PAIGC AO QUARTEL DO OLOSSATO

1971/ABRIL/07

Ao anoitecer sofremos novo ataque ao quartel.

O alferes Silva não se encontrava no Olossato. Desde a "Operação Jaguar Vermelho" ia periodicamente ao Hospital Militar para tratar dos estilhaços que apanhou nessa operação. Nas ausências dele era eu que comandava o meu grupo de combate e fazia de oficial do dia, por ser o furriel mais antigo.
Olossato - Região do Oio
© Infogravura Luís Graça & Camaradas da Guiné

Quando começou o ataque peguei na G3 e dirigi-me à caserna dos soldados do meu grupo de combate, que ficava do lado em que estávamos a ser atacados.
Os soldados já estavam instalados na vala, que havia nas traseiras da caserna.

Fui alertado pelos furriéis Ramalho e Justino de que os soldados se queixaram que o soldado F.R. saiu da caserna aos tiros e que não acertou em nenhum camarada por mero acaso.
Disse-lhes que trataríamos do caso no fim do ataque.

Nestes casos, de ataques com morteiro e canhão sem recuo, portanto bastante afastados de nós, as espingardas não servem para nada. O essencial é protegermo-nos e prepararmo-nos para um eventual assalto ao quartel ou a saída de algum grupo de combate.
O assalto não era provável, porque o rio Olossato, que corre a cerca de 30 metros, funciona como barreira natural e a ponte que o atravessa tem um posto de vigia em frente, com um projetor apontado para lá e uma metralhadora pesada apontada para esse local.

Depois de o ataque ser dado como terminado, mandei os soldados saírem da vala e que o soldado F. R. viesse falar comigo.

Para meu espanto verifiquei, pelo andar e pelo falar, que ele estava alcoolizado.
Lembrei-lhe que desde o princípio da comissão os tinha avisado que não deviam abusar das bebidas alcoólicas, especialmente nos dias que tínhamos saídas para o mato ou de serviço ao quartel. Se houvesse alguma "festejo" especial que o fizessem no dia de trabalhos no quartel. De qualquer maneira aconselhava-os a não exagerarem na bebida, porque as consequências desses atos eram mais graves do que no continente.

Quanto ao caso do F.R., que reagiu mal à minha chamada de atenção, tive de o ameaçar para acabar com a questão e dizer que falaríamos no dia seguinte, quando ele já estivesse sóbrio.

Continuei a ronda até á 1 hora da manhã.

Cerca das 4 horas o furriel Justino, que estava a fazer a ronda da noite, foi acordar os soldados que iam render os postos e dirigiu-se para a tabanca para passar ronda aos postos dos soldados milícias.
Nessa altura ouviu uma rajada do lado donde tínhamos sofrido o ataque e correu para esse local. Ao passar junto ao comando encontrou o capitão, os alferes e os sargentos todos no exterior de edifício, que também lhes servia de dormitório.

O capitão Tomé disse ao furriel Justino para verificar o que se passou e para o ir informar.

Aquando da rajada, também me levantei e preparei-me para ir ver o que se passava, mas como tudo se acalmou voltei a deitar-me.

Cerca das 6 horas e 15 minutos o furriel Justino chegou ao nosso quarto e contou-me o motivo da rajada às 4 horas da madrugada.

"Não encontrou o passarinho às 4 da madrugada", mas encontrou o capitão que lhe disse que queria falar comigo.
Depois contou-me a origem da rajada:
- Cerca das 3 horas e 45 minuto foi chamar os soldados que iam entrar de serviço às 4 horas. Todos acordados e de olhos abertos o furriel Justino dirigiu-se à tabanca, convencido que estava tudo a funcionar normalmente.

Aconteceu que um dos soldados que ia entrar de serviço (Rafael de Jesus) dormia com os olhos abertos (informação dos outros soldados do nosso grupo de combate). Este pormenor era do conhecimento dos soldados, mas nós, graduados do grupo desconhecíamos.
Para cúmulo do azar o Rafael ia render o F.R., que já tinha feito "grossa asneira", aquando do ataque. Passados cerca de 10 minutos das 4 horas e não se tendo feito a rendição, não esteve com "meias medidas", deu uma rajada.
Depois de um ataque ao princípio da noite, foi como "apagar o incêndio com gasolina".

A seguir ao almoço falei com o capitão, que mandou-me participar do F. R.
Como nesta altura já sabíamos que íamos para Nhacra, convenci o capitão a não participar.
O capitão insistia que ele tinha de ser castigado e eu propus "dar-lhe cabo do corpo". Por fim aceitou a minha proposta de lhe dar um "castigo físico" que servisse de exemplo, em vez da participação que podia levá-lo para uma zona de maior perigosidade.
O capitão mandou-me propor o castigo.

Como nessa altura andávamos a substituir as palmeiras podres que faziam de valas à superfície, sugeri que sempre que ele estivesse no quartel, sem estar de serviço, fosse fazer esse trabalho e/ou quaisquer outros trabalhos que fossem necessários.
Aceitou a minha proposta e mandou-me dizer ao F. R. para ir falar com o capitão.

Quando me dirigi para o meu quarto passaram alguns soldados do meu grupo de combate e pedi para dizerem ao F. R. para vir falar comigo. Passado pouco tempo bateram à porta do meu quarto. Era o "réu".
Disse-lhe para ir falar com o capitão e ele respondeu que já tinha falado e que já sabia qual ia ser o castigo. Estava ali para me agradecer o não ter sido castigado oficialmente.

A partir deste dia, quando chegávamos dos patrulhamentos, lá vinha ele pedir a minha G3 para limpar e olear.
Eu não queria, mas de vez em quando tinha que lhe dar a G3, porque ele não desistia com as minhas negativas.

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Nota do editor

Último post da série de 1 de agosto de 2024 > Guiné 61/74 - P25801: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (54): Acção Bacará (Golpe de mão a Amina Dala), 13 de Julho de 1970

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Guiné 61/74 - P25801: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (54): Acção Bacará (Golpe de mão a Amina Dala), 13 de Julho de 1970



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


ACÇÃO BACARÁ (GOLPE DE MÃO A AMINA DALA)

13 DE JULHO DE 1970

Saímos no dia 12 para fazer o "golpe de mão", mas como o percurso demorou mais tempo do que o previsto tivemos que regressar ao quartel.

Voltamos no dia seguinte, dia 13.
Já repararam nas datas?
Voltou a coincidir com as datas das vésperas e das aparições em Fátima?

Perto do objectivo o 1.º grupo de combate ficou emboscado para proteger a retirada do 4.º grupo de combate, que foi fazer o golpe de mão.

Chegados ao objetivo, os militares do 4.º grupo de combate entraram nas moranças e capturaram os elementos da população.
Além da população também apanhamos tudo o que pudesse ter interesse ou fosse suspeito.

Eu não entrei nas moranças. Fiquei com um pequeno grupo de soldados para guardar os elementos capturados nas moranças. Contei 39 elementos, entre homens, mulheres, jovens e crianças mas admito que tenha ficado algum por contar.

Saímos rapidamente, porque tínhamos a informação de haver um bigrupo naquela zona.

Era uma zona de bolanhas que evitamos fazendo o regresso pela orla da mata para não sermos facilmente detetados e estarmos mais protegidos.
O furriel Justino comandava a última secção composta por uma esquadra nossa e alguns soldados milícias.

Algumas vezes o furriel Justino pediu para pararmos, porque ouvia barulhos suspeitos e queria certificar-se do que se tratava.

Neste trajeto, ouvimos o ruído de um helicóptero que, pela direcção seguida, devia dirigir-se para o Olossato.
Como esta acção previa a presença de 1 heli-canhão em alerta no Olossato, o pessoal ficou mais tranquilo, pois podia socorrer-nos em caso de sermos atacados.

Após 3 ou 4 paragens por causa do barulho que se ouvia atrás de nós, fomos surpreendidos por um grupo de guerrilheiros que corriam pela berma da bolanha, ao nosso lado, provavelmente para nos alcançar e atacar.
Como seguíamos por dentro da mata, não fomos detetados. O IN estava ao nosso lado, a cerca de 20/30 metros de nós.
Avisei o capitão que deu ordem de fazer fogo e os "turras" de prováveis atacantes passaram a ser atacados.

Os guerrilheiros responderam com RPG's e armas ligeiras.

O capitão enquanto dava ordens, ia lançando granadas de mão e o IN atirava as roquetadas para as palmeiras atrás do capitão.
Disse-lhe para sair dali e se proteger, mas ele calmamente disse para não me preocupar com ele e para nós nos protegermos.

Como é "habitual" nestas situações o rádio RACAL não funcionou - quando havia contactos com o PAIGC os rádios raramente funcionavam. Penso que o problema não era dos rádios, mas sim dos nervos/medo dos operadores de rádio.
Valeu-nos o "banana"=AVP1 que contactou o Olossato.

O alferes Pimentel ao ouvir as armas e pela direção donde vinham deduziu que era a nossa Companhia a "embrulhar".
Pegou na carta/mapa da zona onde tínhamos ido e correu para a pista, onde o heli-canhão tinha acabado de pousar.
Deu a carta/mapa e as coordenadas ao piloto e lá foi o heli ao nosso encontro.

O heli voando baixo, aproximou-se do local e pediu a nossa posição e a posição do IN.
Após a nossa resposta, disse que já nos tinha visto e ia atacar o grupo inimigo.

As munições do heli-canhão que eram explosivas e incendiárias provocaram a fuga do IN.

Depois de fazer o reconhecimento da zona, disse que podíamos regressar pelas bolanhas, porque ia acompanhar-nos, voando por cima do nosso grupo, e evitando a volta muito maior e mais cansativa, se fosse feita pela mata.

Durante o contacto fugiram alguns populares, pelo que só chegaram 37 ao Olossato - Mesmo assim, Missão com muito bons resultados.

Quando o grupo de combate que fez a proteção chegou ao quartel, alguns desses elementos disseram aos soldados do meu grupo de combate que, quando estavam emboscados, viram passar o grupo IN mas não o intercetaram.

Como o alferes, comandante do meu grupo, não tomou posição, falei no caso ao capitão, que após "averiguações" disse-me que tinha havido "desinformação", porque o comandante do outro grupo negou terem visto o IN.

Enfim, já sabemos que "quem tem cu tem medo".

Até aceito que o outro grupo de combate tenha evitado o contacto - Só tínhamos 3 meses de comissão - mas não aceito que pelo "rádio" não nos tenha informado que "passou" ou "+areceu que passou" um grupo IN.
Com este aviso já não seríamos surpreendidos.

Felizmente não fomos surpreendidos, porque detetamos a aproximação do grupo IN.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 25 de julho de 2024 > Guiné 61/74 - P25776: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (53): Operação Jaguar Vermelho - III: dia 1 de Junho de 1970

quinta-feira, 25 de julho de 2024

Guiné 61/74 - P25776: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (53): Operação Jaguar Vermelho - III: dia 1 de Junho de 1970



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


OPERAÇÃO JAGUAR VERMELHO - III

1970/JUNHO/01

Em CANFANDA emboscamos os 3 grupos de combate ao longo do trilho, conforme o estabelecido.

Às 10h30 ouviu-se um helicóptero que pelo rádio chamou "leão?? - um algarismo que não me recordo)". Identificou-se como "leão 1" e disse que ia pousar.

Com todos os acontecimentos anteriores eu não sabia qual era o nosso nome de código.
Perguntei ao soldado das transmissões quem era o "leão 1" e ele também não sabia.
Mandei-o dizer para não pousar, porque íamos montar segurança.

Resposta imediata do helicóptero: "Vou pousar. Não preciso de segurança".

Entretanto aparece o Alferes Pimentel com 1 secção, e pediu-me outra secção para montar segurança ao helicóptero que trazia o General Spínola.
Quando chegamos ao local, para montar segurança, já o heli tinha pousado.

Do heli saiu o General Spínola, um brigadeiro (penso que era o 2.º Comandante das Forças Armadas), o Capitão Almeida Bruno (Ajudante de Campo do General Spínola) e um alferes (penso que era o piloto do heli - Jorge Félix?).


Guiné > Algures > Jorge Félix, Alf Mil Piloto de Heli Al III (BA 12, Bissalanca, 1968/70) e António Spínola (Com-Chefe e Governador Geral, CTIG, 1968/73)...

Foto: © Jorge Félix (2010). Todos os direitos reservados

O General Spínola perguntou para que era aquele pessoal que ia connosco.
Como o Alferes Pimentel disse que era para montar segurança, mandou-os regressar ao local da emboscada, dizendo que ele não precisava de segurança.

Quis saber como tinham acontecido as coisas na véspera e qual era o moral do pessoal da Companhia, após o ataque que tínhamos sofrido e que tinha provocado ferimentos graves ao nosso capitão.
Deu-nos notícias do estado do Capitão Moura Borges.
Disse que antes de vir para a Operação, que continuava a decorrer, tinha ido ao Hospital Militar ver o Capitão Moura Borges.
Informou-nos que já tinha sido operado e que tinha corrido bem.
Iria ser transferido para o Hospital Militar de Lisboa, para a recuperação ser mais rápida, porque o clima húmido da Guiné não era favorável a esta situação.

Durante a conversa com o General Spínola, o brigadeiro veio ter comigo para saber onde estava instalada a nossa Companhia.
Apontei-lhe o local e disse-lhe que era ali o trilho indicado para a Companhia montar a emboscada.
Para meu espanto, o brigadeiro mandou-me buscar o pessoal da Companhia, para o nosso General passar revista.

Felizmente para mim, o Capitão Almeida Bruno assistiu à conversa/ordem que o brigadeiro me deu.
Achei um grande disparate, mas cumpri a ordem do brigadeiro - Quem era o furriel "periquito" que não cumpria a ordem recebida dum brigadeiro?
Contrariado, fui buscar o pessoal da Companhia e dirigi-me para junto do heli, onde estava a decorrer o nosso encontro.

Quando chegamos junto do heli, o General Spínola perguntou-me quem me mandou ir buscar os soldados.
Apeteceu-me dizer que tinha sido o brigadeiro - o que era verdade - mas ao mesmo tempo pensei na gravidade de um furriel "periquito" estar a acusar um brigadeiro.

E aqui valeu-me a ajuda do Capitão Almeida Bruno. Contornou parte do círculo que formávamos e colocou-se virado para mim e a apontar para o brigadeiro. Fez isto várias vezes, mas eu continuava a ter medo das consequências.

Bastava o brigadeiro dizer que não me deu essa ordem e eu é que ficava como mentiroso. O Capitão Almeida Bruno viu o meu "desespero", contornou novamente parte do círculo e quando passou por trás de mim, bateu-me nas costas e disse: "Diz que foi o brigadeiro". Com este "apoio", decidi e respondi ao General Spínola:
"Meu Comandante, foi o nosso Brigadeiro que me deu ordem para levantar a emboscada e trazzer o pessoal para aqui, para o meu Comandante passar revista".

Resposta do General Spínola: " O nosso Brigadeiro aqui não manda nada. Volta a instalar o pessoal no trilho, e eu é que vou lá visitá-lo para não arriscar a segurança deles".

Desta já me safei, pensei eu.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 18 DE JULHO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25758: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (52): Operação Jaguar Vermelho - II: dia 31 de Maio de 1970

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Guiné 61/74 - P25758: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (52): Operação Jaguar Vermelho - II: dia 31 de Maio de 1970



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


OPERAÇÃO JAGUAR VERMELHO - II

1970/MAIO/31

Às 6h30 rebentou uma armadilha, montada por nós na véspera.

Os guerrilheiros reagiram com rajadas em várias direcções, para ver se nós denunciávamos a nossa presença.

O Rafael de Jesus Lopes, apontador de morteiro 60 do meu grupo de combate, reagiu e eu chamei-lhe a atenção por ter feito fogo sem eu ter dado ordem. Ele respondeu que foi ordem do nosso capitão.

Eu não teria dado essa ordem, porque o fogo inimigo tinha todo o aspecto de ser para saber se e onde nós estávamos.

Após este contacto fomos ver a armadilha accionada, e verificamos sulcos de arrastamento no chão, além de sangue e uma sandália plástica ensanguentada.

Retiramos para um local, relativamente próximo, onde seria feito o reabastecimento de água.

Instalamos os 3 grupos de combate (2.º e 4.º da CCav 2721, mais o grupo de milícias), em círculo, para o helicóptero pousar e deixar a água.

O Capitão Moura Borges ficou numa zona central, junto a uma árvore de grande porte.

Bastante tempo depois de a Companhia se ter instalado, fomos surpreendidos com um forte ataque com morteiros, RPG e armas ligeiras.

Reagimos o melhor que soubemos e pudemos - éramos periquitos, com 45 dias de Guiné - e lá conseguimos conter o ataque.

No rescaldo do ataque, tínhamos o capitão, o alferes do meu grupo de combate e quatro soldados milícias, feridos com estilhaços e tiverem de ser evacuados. Havia mais militares com estilhaços, mas como os ferimentos não eram graves não foram evacuados.

O reabastecimento de água foi feito nesta ocasião. A água veio em pipos de vinho, e os nossos militares queixaram-se de que a água tinha um sabor horrível.

Com estas evacuações, a Companhia passou a ser comandada pelo alferes Pimentel do 2.º grupo de combate, e o 4.º grupo de combate passou a ser comandado por mim (furriel miliciano Moreira) por ser o furriel mais antigo.

No deslocamento que fizemos para Canfanda, sofremos mais três ataques de abelhas que debilitaram os nossos militares.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 11 DE JULHO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25735: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (51): Operação Jaguar Vermelho - I: dia 26 de Maio de 1970

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Guiné 61/74 - P25735: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (51): Operação Jaguar Vermelho - I: dia 26 de Maio de 1970



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


OPERAÇÃO JAGUAR VERMELHO - I

Para quem não sabe, informo que a Operação Jaguar Vermelho1 foi uma grande operação na zona do MORÉS, que ficava a cerca de 5 ou 6 Km, em linha recta, dos nossos quartéis do OLOSSATO, onde estava a minha CCAV 2721 e de MANSABÁ, onde estava a CART 2732, do Carlos Vinhal.

Durante um mês, aproximadamente, os nossos aviões Fiats e T-6 iam lá várias vezes largar as bombas.
E eram bombas de "pouca potência".
Eram tão "fraquinhas" que quando rebentavam, até as casas do Olossato tremiam e muita população que vivia sob controle do PAIGC se ia entregar nos nossos quartéis.
E assim chegou o dia 26 de Maio de 1970.
Localização do MORÉS - Região do Oio - no triângulo formado pelos itinerários Mansoa-Bissorã-Mansabá-Mansoa
Infografia: © Luís Graça & Camaradas da Guiné


1970/MAIO/26 ÀS 09H00M

Às 9H00M o meu grupo de combate (4.º GComb), reforçado com 15 milícias, saiu para a região de BISSANCAGE, onde encontrou um trilho muito recente e batido, de MORÉS para MADINA MANDIGA.
O alferes Silva decidiu emboscar neste local.
Enquanto o alferes Silva estava a instalar os primeiros elementos do 4.º grupo de combate, que eram milícias, surgiram 2 elementos inimigos armados.
Deste contacto resultou o ferimento e captura de 1 elemento inimigo e a fuga do outro.
Neste contacto também resultou a morte de um soldado milícia nosso, que foi morto pela rajada dum soldado nosso (FR) que, por precipitação ou por medo fez fogo para o local onde estava o alferes e os soldados milícias e só parou o fogo quando o alferes e os soldados da milícia gritaram para parar o fogo.
Não sei se o alferes tinha avisado o que se estava a passar, mas o soldado "tinha" que saber que estavam ali os nossos militares.

Quando a situação estava controlada e trouxeram o guerrilheiro para o local onde estava o resto do grupo de combate, os outros milícias queriam matá-lo à pancada. Tive que intervir para acabar com esta cena de vingança. Mas há uma frase dum soldado milícia nosso que não esqueci, nem esquecerei e que é a seguinte:
- "Furriel, se turra apanha nós (e fez um gesto com o dedo indicador no pescoço = corta-nos o pescoço OU mata-nos) mas se apanhar pessoal branco trata-o bem".

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 4 DE JULHO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25715: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (50): Ataque ao quartel no dia 12 de Maio de 1970

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Guiné 61/74 - P25715: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (50): Ataque ao quartel no dia 12 de Maio de 1970



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


1970/MAIO/12 ÀS 19H05M
E
1970/MAIO/13 AO ROMPER DO DIA

Como tínhamos chegado havia 1 mês, o PAIGC resolveu associar-se às nossas comemorações.

Munido de "fogo de artifício" e outros artigos próprios para estas ocasiões fez-nos uma "surpresa".

Mas nós, apesar de "periquitos", como "bons amigos" associamo-nos à festa.
Reagimos depressa e bem, conforme pudemos confirmar na manhã seguinte.

Uma vez que o ataque foi ao cair da noite, não fomos fazer o "reconhecimento" porque tínhamos que atravessar uma ponte onde poderiam facilmente fazer-nos uma emboscada.

O meu grupo de combate estava de serviço ao quartel naquele dia, e na manhã seguinte fomos com o capitão fazer o "reconhecimento".

Encontrado o local donde foi feito o ataque ao quartel verificamos que os nossos morteiros acertaram em cheio no local do ataque.

Encontramos muitos rastos de sangue e sulcos provocados pelo arrastamento de guerrilheiros feridos ou mortos.

É caso para dizer que a Nossa Senhora de Fátima estava connosco.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 27 DE JUNHO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25692: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (49): Incêndio na Tabanca em 8 de Maio de 1970

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25692: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (49): Incêndio na Tabanca em 8 de Maio de 1970



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


INCÊNDIO NA TABANCA

1970/MAIO/08 - CERCA DAS 15 HORAS

Depois do almoço deste dia, estava o pessoal da Companhia nos quartos ou nos bares, ou onde houvesse ventoinhas, para se proteger do calor insuportável naquela hora, quando fomos surpreendidos por barulhos estranhos provenientes da tabanca.

Todo este alarido era muito surpreendente para os nós, militares, pois só tínhamos chegado havia 4 semanas.

O que se passa? Ninguém sabia responder.

Tivemos que fazer como o S. Tomé; "Ver para crer", ou se quisermos "ver como era para contar como foi".

Metemos os pés ao caminho em direcção ao local donde vinha toda aquela algazarra.

Deparamos com várias moranças a arder e os nativos a correr de um lado para o outro e a fazerem e entoarem rituais totalmente estranhos para nós.

Não conseguindo demovê-los a acabarem com aquele comportamento e passarem a ser activos para apagar o fogo e salvarem os bens e animais que tinham nas moranças. Teve que ser o pessoal militar a arranjar vasilhas e ir buscar água ao rio Olossato que corre a cerca de 50 metros do local do incêndio.

Este foi a primeiro "choque" que tive(mos) no lidar com a população local.

Era o início do "choque de culturas".
Guiné > Região do Oio > Olossato > 1966 > Vista aérea do aquartelamento, pista de aviação e povoação.
Foto: © Rui Silva (ex-Fur Mil, CCAÇ 816, Bissorã, Olossato, Mansoa, 1965/67).

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 20 de Junho de 2024 > Guiné 61/74 - P25666: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (48): Coincidências II - Furriel Moreira e os ataques ao quartel do Olossato

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25666: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (48): Coincidências II - Furriel Moreira e os ataques ao quartel do Olossato



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


COINCIDÊNCIAS II

FURRIEL MOREIRA - ATAQUES AO OLOSSATO

Outras coincidências nos 6 ataques do PAIGC ao quartel do Olossato.

O furriel Moreira, do 4.º GComb (O mesmo grupo de combate do Furriel Justino):

- No 2.º ataque - Estava de férias na Metrópole;
- No 3.º ataque - Estava no destacamento do Maqué;
- No 4.º ataque - Também estava no destacamento do Maqué;
- No 6.º ataque - Andava em patrulhamento;
- No 1.º Ataque - Estava de sargento de dia;
- No 5.º ataque - Estava de oficial de dia (Não é engano. Durante os muitos meses que o alferes não esteve na Companhia, era eu, Furriel Moreira, que fazia de oficial de dia, por ser o furriel mais antigo).

Olossato - Furriel Moreira

(continua)
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Nota do editor

Último post da série de 13 DE JUNHO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25637: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (47): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Coincidências I - Presençã do Furriel Justino em todos os ataques aos aquartelamentos

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25637: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (47): Coincidências I - Presençã do Furriel Justino em todos os ataques aos aquartelamentos



"A MINHA IDA À GUERRA"

João Moreira


COINCIDÊNCIAS I

PRESENÇA DO FURRIEL JUSTINO


Ao reler a História da CCAV 2721 encontrei algumas curiosidades.

Nos 6 ataques que sofremos no quartel do Olossato, o furriel Justino estava no quartel em todos eles.

Mesmo nos ataques em que o nosso grupo de combate estava no destacamento o furriel Justino estava no Olossato, porque o destacamento só tinha espaço para 2 graduados.

As coincidências são tantas que no último ataque, no dia 30 de Dezembro de 1970, foi feito no dia que ele chegou ao Olossato, vindo de férias da Metrópole.

E no ataque que sofremos em Nhacra, estiveram à espera que chegasse o resto da Companhia para o furriel Justino não faltar a nenhum evento do PAIGC à CCAV 2721.

Valeu-lhe a "sorte", porque nunca sofreu nenhuma mazela nestes ataques.
Fur Mil Justino, o primeiro a partir da esquerda
Fur Mil Justino ao meio
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Nota do editor

Último post da série de 6 DE JUNHO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25611: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (46): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: População recuperada ao PAIGC